segunda-feira, 7 de março de 2011

Paisagem do centro de BH à noite



É meia noite e acabo de sair do trabalho pensando em meus (pseudo)problemas. Saio da rua Espírito Santo e entro na Av. Amazonas, próximo à Praça 7 de Setembro. Vejo foliões descendo a Amazonas em direção à Av. dos Andradas. Estava chuviscando e um pouco frio. Abro o meu guarda-chuva e enquanto isso, em frente ao Banco do Brasil, vejo três meningos brigando. Um estava deitado e enrolado no papelão. Dois deles mandavam o outro tomar naquele lugar. Foi engraçado e trágico. Caminho em direção à Praça 7. Ao chegar no cruzamento com a Av. Afonso Pena, sou abordado por um usuário de drogas totalmente transtornado gritando e pedindo dinheiro porque foi assaltado e precisava retornar pra casa. Pensei comigo: ele queria era mais dinheiro para fumar crack e não dei nada. Caminho ao longo da Av. Afonso Pena e vejo mais "noiados". Depois, vou em direção à Av. Paraná esperar meu onibus para casa. Vejo vendedores de cachorro quente, de churrasco e de amendoim torrado por todas as esquinas do centro. Nas barraquinhas de churrasco haviam latas de tinta ou óleo pegando fogo. Em volta dessas latas, adultos e meninos de rua se esquentavam. Na Av. Paraná a paisagem piora. Mais noiados caminham em direção ao centro. Vejo uma mulher com 8 parafussos cravados no fêmur esquerdo, suja, caminhando com dificuldade e, pra variar, drogada. Mais uma vítma do crack e da desigualdade social dessa cidade. Olho para o chão na Av. Paraná e vejo desenas de ratos. Pra fujir dos ratos, as pessoas esperam os ônibus no canteiro central da avenida. Finalmente o onibus chega, atravesso do canteiro central para o lato esquerdo da pista. Entro no ônibus e volto a refletir sobre os meus (pseudo)problemas.

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