sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Histórias




O Call Center é um lugar super LGBT. Lá se convive com pessoas de todos os tipos. É interessante perceber tantos evangélicos convivendo com tantos gays. Isso é muito bom. Ao mesmo tempo, o que é ruim, sou abrigado a conviver com pessoas mal humoradas. Uma operação de Call Center é uma atividade estressante, porém, isso não significa que alguém que entre num elevador, estressado, tenha o direito de chamar a controladora do elevador de louca. Isso eu acho um absurdo. Vá descontar o estresse com sexo porque pelo amor de Deus...
Já disse por aqui que a minha operação é a do DER. Cada turno de nossa operação funciona com sete operadores. Ao entrar na minha operação, me deparo com vários tipos de pessoas e histórias. Cada indivíduo traz uma história diferente. A começar pela supervisora da operação do DER, uma historiadora muito simpática. Uma das minhas companheiras de operação é uma oceanógrafa que estudou em Santos e promove festas em BH. Passa as “horas vagas” no call center. Algumas histórias são trágicas. Tenho um companheiro de operação que já tentou suicídio e, por incrível que pareça, eu acho que ele é a pessoa mais legal naquela operação, no meu turno. Acredito que ele esteja numa “fase boa”.
Outro está passando maus bocados. A esposa o abandonou e, como se não bastasse, lhe entregou ele os três filhos sem prestar nenhum tipo de assistência. Ela não sabe o mal que causará para o desenvolvimento dessas crianças. E além do mais, ele está muito mal, tendo que trabalhar em dois empregos para dar conta dessa batalha.
Cada um tem a sua história. Podia ficar o dia todo a conversar com eles porque acho muito interessante como tanta gente diferente, diferente mesmo, consegue se coordenar num trabalho de equipe um tanto extenuante.