terça-feira, 20 de abril de 2010

Monte Inverno

Ouço a voz do vento a chamar pelo meu nome
E creio estar sentido a Sua presença
A minha volta
Olhei pra trás e vi meus antigos sonhos
E até chorei, e hoje sinto saudades do que falei
Lamento demais a sua falta.
Eu quero ver o sol atrás do monte
Eu quero ver o brilho que ele traz
Eu quero ouvir de novo a Sua voz!
Eu mudei, nem sinto, nem vejo as coisas como via antes
Meus amigos cresceram, mudaram, ficaram distantes
Perdoe meu choro, é sincero
Mas digo sim, que mesmo confuso, perdido
Esperas por mim
Os meus olhos fechados
Te enxergam bem perto de mim
Espero Te ver nesse inverno.
Eu quero ver o sol atrás do monte
Eu quero ver o brilho que ele traz
Eu quero ouvir de novo a Sua voz!

domingo, 11 de abril de 2010

É preciso conhecer antes de rotular



Um dia desses encontrei uma psicóloga que fazia especialização em estudos psicanalíticos na UFMG. Tivemos uma conversa e ela e perguntou o que eu estudava. Falei que era formado em Filosofia e fazia mestrado em Filosofia da Matemática. Trabalhava com conjuntos, definição de conjunto finito/infinito, ordinais, enumerabilidade, justificações, etc. Daí veio a pergunta: "Mas você é doido?" Falei pra ela que era muito triste que uma pergunta dessas tenha saído de uma pessoa que estudava psicanálise, ainda mais de uma aluna de pós-graduação. O que é diferente sempre gera estranhesa nas pessoas. Mas nunca imaginei que um conhecimento adquirido causasse estranhesa. Se as pessoas não conhecem filosofia, não precisam rotular dessa maneira. Deveriam antes estarem aberta a adquirir um novo tipo de informação, porque muita gente realmente se interessa por filosofia, do mesmo modo que me interessei por psicanálise quando me matriculei nessa disciplina quando cumpri os créditos do mestrado e consegui manter um diálogo interessante com ela a respeito da psicanálise, Freud, Lacan, etc. Se as pessoas nao entendem uma coisa, então não deveriam rotular ou emitir nenhuma opinião antes de conhecer. É como disse Wittgenstein: "Sobre o que não se pode falar, deve se calar."

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Engano e emancipação



Estava eu estudando alguns textos de Nietsche, Adorno, Marx, Platão e Aristóteles para uma finalidade bem específica e que me levantou algumas questões sobre o mundo em que vivemos. Adorno, um filósofo da escola crítica trata muito bem os problemas que o mundo enfrenta hoje, do ponto de vista da sustentação de um sistema perverso que nos inibe, nos nivela por baixo e nos leva à beira do sadomasoquismo não declarado. Casos como esses tão comuns na nossa sociedade desigual onde o que importa mesmo é o "ter" e não o "ser" já que o "ter" precede ao "ser" alguma coisa. As pessoas se envergonham por isso ou ainda são rejeitadas por isso. O que importa é ter dinheiro e o resto da população continua a viver das migalhas que lhe são ofertadas por aqueles que têm. A criatividade humana é totalmente suprimida pela técnica, a ética não existe. A técnica é utilizada para acumular ainda mais, ou seja, para quem tem, ter ainda mais. É muito melhor para o ser humano saber como colocar um auto-forno a três mil graus celsius sem gastar muita energia do que refletir sobre a péssima qualidade da programação da tv, que falta pouco nos chamarem de idiotas. Experimente ligar a tv no sábado a noite para assistir zorra total. Isso mesmo, terá na sua frente um show de idiotice para idiotas como nós. O pior é que toda essa programação "artística" que somos obrigados a engolir sem nenhuma opção existe para manter o "sistema". Toda informação que nos é passada é um meio de dominação do espírito crítico e criativo. Aceitamos cegamente tudo isso porque não nos foi dada nenhuma outra opção. A educação, a primeira opção para nos emancipar, foi redizida à técnica. Não temos mais o humanismo nem dentro das próprias ciências humanas. A criatividade na educação se limitou a demonstração de teoremas e aplicação de teorias à técnica. As músicas contêm melodias que "agradam" aos nossos ouvidos. Experimente escutar uma música americada da Kes$ha, Lady Gaga ou do grupo Black Eyed Peas, a melodia e a técnica podem até agradar a alguns ouvidos "treinados", para não dizer alienados, para a música pop pelas rádios FM espalhadas pelo país. Mas as letras delas são péssimas e se referem unicamente ao erotismo e, novamente, ao dinheiro, ou seja, ao "ter". E a maioria das pessoas que terminam por escutar essas coisas infelismente não "têm" e nem sabem como "ter" e se agradam de todo o besteirol que lhes é apresentado. Portanto, estão imersas na grande mentira. A grande mentira é um labirinto do qual não se sai porque nenhuma alternativa foi dada para sair de dentro dela. Não formamos mais cérebros críticos. A definição de crítica é bem específica. Uma argumentação crítica consiste em analisar um argumento já colocado. Portanto, uma argumentação crítica consiste em raciocinar em cima de um raciocínio. Logo, se não formamos cérebros críticos, também não formamos, pela educação, pessoas capazes de raciocinarem, incapazes de lerem um texto argumentativo mas muito bem treinadas em ler um manual de instrução porque as pessoas não são educadas para a emancipação mas sim para serem técnicas. À população foi negado o ócio. Já dizia Aristóteles que o homem, para ser bem sucedido na pólis necessitaria de algum ócio para cultivar a sabedoria. Todo o ócio foi preenchido pela péssima programação cultural. O trabalho e o trânsito toma todo o tempo do homem. Por fim, ele termina nos fins de semana, escutando novamente as músicas péssimas dos USA ou ao som do rebolation e não conhece nada mais a respeito da sua cultura ou da arte de raciocinar ou, ainda, de ler um bom livro. A emancipação ou a saída de dentro da grande mentira necessida de senso crítico, de menos gargalhadas porque o nosso mundo é um horror, de mais atitude daqueles que ensinam. O homem de hoje estranha algo diferente daquilo que está acostumado a fazer. Sair da mentira não é sair de dentro do capitalismo, mas buscar o melhor para si com o melhor de si. Quer dizer, ter autonomia, ter a capacidade de pensar por si próprio sem a ajuda do patrão na solução dos próprios problemas e nos problemas da comunidade em geral. Ter a capacidade de enchergar tanto o todo quanto as partes do todo, de pensar através da complexidade. Chega de nos enganarmos e vamos buscar a emancipação.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Concurso para o IFET BA

No próximo mês de maio irei à Salvador. Será a primeira vez que vou à Bahia. Vou fazer um concurso para professor de ensino básico, técnico e tecnológico para o institudo federal de educação, ciência e tecnologia baiano. O salário para a dedicação exclusiva à carreira é muito interessante. Porém, enfrentarei a concorrência de 5o e poucos candidatos. Estou estudando muito para essa prova. Limitei as minhas tarefas para dedicar-me aos estudos para esse concurso, que consiste de uma prova escrita, uma prova didática e avaliação de currículo. Espero que dê certo. Os temas da prova não são nada fáceis. Mas nada é impossível. Se eu passar, vai ser carnaval em Salvador todo ano! Que coisa boa. Isso é o que mais me motiva a estudar mais ainda...