domingo, 15 de novembro de 2009

Livro Jesus, Mestre de Nazaré


O autor desse livro morreu de forma horrível. O sacerdote da Igreja Católica Ortodoxa Russa Aleksandr Mien foi assassinado com uma machadada na cabeça na porta de sua igreja na época da perestroika. Aleksandr Mien reunía em sua igreja grupos de intelectuais russos e também organizava manifestações artísticas na sua igreja voltadas para a pregação do evangélio. O livro de A. Mien é um best seller. Mostra um Jesus no meio de disputas de poder. Para começar, os discípulos do Mestre aparcem como um grupo de revolucionários em busca de um líder que lhe atribuíssem poder. Quem detinha o poder sempre queria mais, como é o caso dos fariseus, preocupados com um arruaceiro que afirmava ser o Messias. A presença de Pilatos e Herodes representam o poder do império romano. Judas é o primeiro discípulo a se decepcionar com Mestre, vendo que ele não poderia lhe atribuir poder algum, traindo-O. O mesmo acontecendo com Pedro, ao negar ser Seu discípulo momentos antes da morte de Jesus. Vemos assim que o poder está presente na religião e, inclusive, costuma ser a única coisa que alguns líderes religiosos contemporâneos buscam, ao utilizar o nome de Jesus. Ano que vem teremos eleições para presidente, governador, senador, deputado federal e deputado estadual. Muitos dos cendidatos falarão em nome do Mestre, escondendo nas suas boas intenções aquelas sujeiras políticas todas que conhecemos. A começar pela lavavem de dinheiro.

sábado, 14 de novembro de 2009

Liberdade de ser

A caminho do processo seletivo que eu iria enfrentar no colégio Magnum Agostiniano, eu estava lendo um livro que havia comprado na banca de jornal. Era um livro sobre Paulo Freire e eu li grande parte desse livro no ônibus que apanhei para chegar ao colégio. O caminho era longo, cerca de 1h para chegar até lá, mas o ônibus era somente um. Paulo Freire trata da Liberdade de várias facetas. Me impressionou um conceito de liberdade de Paulo Freire, e que está ligado com muitas coisas que têm acontecido comigo e que eu tenho descoberto aos poucos. É a minha liberdade que começa com a do outro. Não é a minha liberdade que começa quando termina a do outro. Interessante idéia de Paulo Freire. A minha liberdade existe somente se o outro também é livre e assim nos emancipamos juntos porque vivemos nos afetando mutuamente. Por ser um processo ativo de afetação, o outro não é um objeto que o uso para chegar aos meus determinados fins. Quantas pessoas vivem hoje como se fossem objetos? Muitas! Eu transformo alguém em objeto, na minha própria arrogância e/ou covardia, na tentativa de ser superior a alguém de alguma maneira. E há várias formas de se parecer superior a alguém, todas elas simplificadoras e, portanto, que objetivam as pessoas, pela quantidade de dinheiro, pela cor, pelos méritos acadêmicos, etc. Minha própria covardia acaba por objetivar-me e assim deixo-me ser manipulado por quem quer que seja. Minha covardia se resume ao fato de que, em situações extremamente negativas, as minhas emoções levam-me a tomar uma atitude de simples aceitação. Nessa aceitação, concordo com tudo que é dito. A única coisa por trás desse jogo é a simples vontade de ser aceito, de não ser contrariado por uma pessoa ou por um grupo de pessoas. Ao mesmo tempo, torno-me mórbido, um criado mudo, um objeto ou o popular elefante branco. Torno-me um objeto porque não expresso as minhas opiniões. Nem concordo e nem discordo de ninguém. Obviamente, um objeto que não tem utilidade nenhuma é logo descartado ou empurrado para debaixo da cama. Contraditoriamente, o efeito que eu não buscava é logo aquele que eu recebo ao me objetivar. A solução, portanto, é simples: Nunca se fechar para o outro. O que geralmente é o que eu tenho feito. É preciso ser receptivo ao outro; e, ao mesmo tempo, não expressar a arrogância que torna o outro objeto é algo importante a ser feito. É esse o caminho para que as relações se tornem de pessoa para pessoa e não de pessoa para objeto. As conseqüências de não levar em conta isso não horríveis e todas prejudicam o desenvolvimento interpessoal e emocional que leva a uma construção de imagem negativa de si mesmo.