sexta-feira, 11 de março de 2011

Paisagem de BH de manhã

Saio de casa para ir à casa de minha aluna, Catarina, que é psicóloga e que dou aulas de filosofia. Caminho até a avenida Antônio Carlos, uma das maiores de BH para tomar um onibus. Entro no onibus. Ao mesmo tempo, entra um vendedor de balas que conta a sua história pessoal dramática e comovente para vender as suas balas. Daí ele desce alguns pontos mais a frente e entra um outro vendedor de canetas também com uma história comovente a respeito de uma clínica de recuperação de usuários de crack. Esse desce em frente ao Hospital Belo Horizonte após vender 5 canetas. Tenho que tomar o segundo ônibus no centro de BH até a casa de Catarina. O transito está horrível. Ainda na Anonio Carlos, no cruzamento com a avenida Abraão Caram, vejo um motoqueiro estirado no chão e, ao redor dele, vários outros motoqueiros e, prestando socorros, uma ambulância do SAMU. Mais à frente, a Av. Antônio Carlos está numa obra interminável, que liga os viadutos da lagoinha ao corredor central de onibus. Por isso, os onibus e os carros são obrigados a disputarem espaço num funil bem no final da Avenida. Daí, fico uma hora e meia agarrado no trânsito para sair da Av. Antônio Carlos. Finalmente, quando saio, o onibus consegue tomar o viaduto e lá fica mais 20min. Depois, o onibus entra na Av. Afonso Pena, desco e tomo outro onibus na rua curitiba. Vejo vendedores de café e pão de queijo em algumas das esquinas do centro. Compro um cafezinho e um pão de queijo e vou para o ponto de onibus. Ao esperar o onibus, percebo que as lojas de eletrodomestcos estão todas abertas já bem cedo e tudo está em liquidação. Todas as lojas colovam músicas no mais alto volume. Na disputa de barulhos, já não entendo mais nada do que está sendo passado ou o que está em promoção. Finalmente o onibus chega, eu e mais umas 30 empregadas domésticas entramos e rumamos para uma das regiões mais nobres da cidade. Passo em frente à barragem do Santa Lucia. De um lado da lagoa vejo uma favela, do outro lado, vejo lindas casas e prédios da classe média-alta de BH. Quanto mais perto da case de Catarina, vejo mais casas lindas. Finalmente chego na casa de minha aluna e dou a aula de filosofia, percebo em seu olhar o brilho e o interesse por tal conhecimento. Saio da casa dela e experimento toda essa realidade maluca de uma cidade grande de volta.

Um comentário:

M. disse...

Vi seu coment no Foxx e resolvi te visitar. Também sou do interior e estou em BH, mas só a passeio. Não conseguiria viver nessa loucura que é uma cidade grande, mesmo BH que é chamada por muitos de roça. Ficaria maluca. Voce descreveu bem o dia a dia.... tem tudo e todos, juntos e misturados....isso cansa.
abraço